quinta-feira, 28 de junho de 2012

BASIONY NA GALERIA IBERE CAMARGO

Ahmed Basiony – Egito
VIDEO INSTALAÇÃO exposta na Bienal de Veneza em 2011 é apresentada agora na Galeria Iberê Camargo. A curadoria audaciosa trouxe polêmica ao apresentar a obra do artista e ativista político Ahmed Basiony assassinado nos conflitos do Cairo.[Presença do curador executivo na bienal: El Noshokaty]
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Basiony foi um dos artistas contemporâneos mais importantes do Egito. Quando sua vida chegou ao fim aos 32 anos de idade, Basiony imediatamente se transformou em um símbolo de inspiração para os egípcios, determinados a ver sua nação livre da repressão. Um homem que morreu por seu país; um artista prestigiado pela sua coragem e amor, Basiony gerou admiração entre seus amigos, colegas e alunos, que tinham orgulho de aprender com a sua vida, e estavam prontos a se entregar à causa que ele defendeu naquele fatídico dia.



No ano anterior à revolução, Basiony havia realizado um projeto chamado 30 Dias Correndo sem sair do Lugar, durante o qual o artista vestia um traje de plástico com sensor embutido, projetado por ele, para medir o quanto ele transpirava e quantos passos dava em uma hora diária de corrida ao longo de um período de trinta dias. Os dados foram transferidos via wireless para uma grande tela que apresentava uma tabela de cores que mudava de acordo com o consumo de energia e produção de suor.

O projeto tinha a intenção de representar a inutilidade em termos de ganhos dos trinta anos sob o regime de Mubarak, apenas um desperdício de energia. Sua obra foi uma das primeiras de uma nova geração de jovens artistas egípcios, que usam suas obras para articular sobre as condições políticas, econômicas e sociais que a sociedade egípcia teve de aguentar sob o governo opressor.

“Não há controvérsia quanto ao talento único que Basiony tinha enquanto artista, professor, músico e revolucionário. Seu talento se desenvolvia implacavelmente em todas as direções. Ele foi uma das pessoas mais dedicadas tanto ao seu talento quanto a seus alunos. E em âmbito pessoal, ele foi uma das pessoas mais amáveis, gentis e carismáticas que já conheci. Talvez você não esteja conosco em pessoa hoje, mas você estará em nossos corações e mentes para sempre. Descanse em paz, nosso querido irmão.”

Shady El Noshokaty,




Último status publicado no Facebook de Basiony:
"Por favor, Ó Pai, Ó Mãe, Ó Jovem, Ó Estudante, Ó Cidadão, Ó Sênior, e Ó demais. Vocês sabem que esta é nossa última chance de dignidade, a última chance de mudar o regime que durou pelos últimos 30 anos. Saiam às ruas, e se revoltem, tragam sua própria comida, suas roupas, sua água, máscaras e lenços, e uma garrafa de vinagre, e acreditem em mim, falta apenas um pequeno passo... Se eles querem guerra, nós queremos a paz, e eu vou praticar a contenção adequada até o fim, até a dignidade da minha nação se restaurar."

terça-feira, 12 de junho de 2012

Expressões da Revolução tem abertura dia 13 de junho


A Mostra Expressões da Revolução integra-se à programação oficial do I Democracine com o objetivo de debater e dar visibilidade aos movimentos revolucionários que vem varrendo o norte da África ao longo dos últimos meses.

Formada por três exposições de arte – na Galeria Lunara, Galeria dos Arcos e Galeria Iberê Camargo, a mostra Expressões da Revolução foi concebida especialmente para o I Democracine pelo produtor Demétrio Portugal. Portugal é diretor do Matilha Cultural, centro cultural independente de São Paulo que foi o primeioro espaço no Brasil a estabelecer um intercâmbio com os protagonistas desses movimentos, notadamente artistas e ativistas políticos da Tunísia e do Egito.
A partir de uma rede de contatos com os principais artífices da chamada Primavera Árabe, a curadoria de Demétrio Portugal propõe aos espectadores um mergulho na primeira grande onda revolucionária do novo milênio em prol da democracia.

As exposições terão abertura dia 13 de junho, às 19h, e apresentarão um grande apanhado das manifestações revolucionarias do Egito e da Tunísia, um material que apresenta a densidade da onda-matriz de transformação por levantes pacifistas e laicos seguidos de suas demais ocorrências pelo mundo.

Sua estética agressiva avança em nossos sentidos, desafia a tecnologia, os meios de comunicação, as redes sociais, além das noções que temos de ética, humanidade, relações de poder e paz.
Logo, tornar possível que as pessoas percebam as “forças” que surgem com a crise para redesenhar a geopolítica, as relações culturais e humanas é onde se encontra os detalhes cruciais da tal “beleza”. Uma arte “contextual” onde as obras são provas documentais e também cúmplices atuantes das mudanças no seu contexto.
Um projeto que, para atender ao princípio vivo de obras-cavalos-de-tróia, acaba incorporando o papel de articulador ao curador para levar adiante as ações e diálogos que interligam Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo, no esforço de manter a sincronia com as outras parte do mundo e a internet durante este mês de Junho, tão atribulado de encontros internacionais.

Os destaques vão para as obras de Ahmed Basiony – que representou o Egito revolucionário na Bienal de Veneza; Ganzeer – jovem artista gráfico e artista urbano do Cairo, Aalam Wassef – multi-artista e pensador das organizações em rede e táticas on- line, Lotfi Kaabi – articulador para os debates constitucionais da Tunísia e ativista cultural e Mohamed Allam – curador do Festival Medrar de novos diretores de cinema do Cairo.

PROGRAMAÇÃO EXPOSIÇÕES
Expressões da Revolução – de 13/06 a 14/07 na Usina do Gasômetro

GALERIA IBERÊ CAMARGO

30 dias correndo sem sair do Lugar
de Ahmed Basiony com curadoria de Shady El Noshokaty.

Obra Exposta na Bienal de Veneza 2011 que faz menção aos 30 anos de ditadura do Mubarak. O artista e ativista faleceu em confronto com a polícia do Cairo durante os protestos da praça Tahir. Basiony tinha 31 anos e morreu enquanto filmava as manifestações.
Quando eclodiram as manifestações populares no Egito, as informações que conseguiam chegar até o ocidente eram muito poucas e contraditórias, seja pelo aparato repressivo, seja pelo distanciamento das agências internacionais de notícia ou pela própria precaução dos ativistas em
não se deixarem revelar.
Já no primeiro dia de manifestações ocorreram dezenas de baixas, mas foi a comoção geral em torno do artista Ahmed Basiony, morto por um franco atirador, que fez seu nome transformar-se num “farol”.
A verdade crua que o envolvia, por um lado, nos revelou uma cena cultural intensa, diversa e com uma forte história de resistência, e por outro, incentivou muitos egípcios a irem a luta ainda com mais gana.
A sua figura martirizou-se em stencils nas ruas, em cartazes, no facebook, na blogsfera e assim por diante, até que seu nome foi indicado para a bienal de Veneza em 2011 a partir da curadoria executiva de Shady El Noshokaty convidado do Democracine.

GALERIA DOS ARCOS

O Grande Desafio - coletiva de fotos Tunisiana sobre o processo de revolução até as eleições no país curada por Lotfi Kaabi, em parceria com a Anistia Internacional – Londres.
Fotos de Augustin Le Gall, Nesrine Cheikh Ali, Ezequiel Scagnetti, Lilia El Golli, e Naim Gharsalli

Ganzeer - Ilustrações e intervenções urbanas de Graffiti
Tahrir!
Coletiva de fotos sobre os conflitos na praça do Cairo até a queda de Mubarak organizado por Noura Begat em parceria com a The Photographic Gallery – AUC American University of Cairo.

Fotos de Amr Abdallah, Ahmed Abdel Latif, Nabeela Akhtar, Roger Anis, Omair Barkatulla, Fady Ezzat, Ashraf Foda, Ramy Georgy, Thomas Hartwell, Ahmed Hayman, Iman Helal, Mohamed Helal, Magdy Ibrahim, Mahmud Khalid, Heba Khalifa, Mohamed El Maymouny, Gehan Nasr, Randa Shaath, Lobna Tarek, Doha Al Zohairy.


GALERIA LUNARA
Na Galeria Lunara estará reunido um rico apanhado sobre as táticas e obras envolvidas no processo de revolução, destaque para o trabalho do artista Aalam Wassef, reconhecido internacionalmente.

Vídeo arte e media ativismo - info vídeo sobre os processos revolucionários na Primavera Árabe, indignados e occupy desenvolvido pelo coletivo paulista BijaRi, além de manifestações de stencil graffiti das ruas do cairo, cartilhas ensinando revolta não violenta, vídeos contextualizadores, etc.

Esta edição do projeto é
desenvolvida por:
Demétrio Portugal
Raquel Ribeiro Borges
Maged El Gebaly
Coletivo Bijari
Mundo.ag
Esta edição tem parceria:
Prefeitura de Porto Alegre
Usina do Gasômetro
MatilhaCultural
Planet Art eXchange
Anistia Internacional
IdeC - Institut de Citoyenneté
AUC - American Univerity of Cairo
Festival In-Edit
Vice Magazine
IDS Brasil
Apoio total desde a primeira edição
MatilhaCultural.com.br

MOSTRAS EXPRESSÕES DA REVOLUÇÃO

GALERIA LUNARA (5º andar)
GALERIAS IBERE CAMARGO E DOS ARCOS (térreo)
Av. Pres. João Goulart, 551 - 3º andar - Usina do Gasômetro
Abertura dia 13 de junho de 2012 às 19h
Visitação até 15 de julho, das 9 às 21 horas - entrada gratuita


Informações Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia
F. 3289 8135 / 3289 8133
www. galerialunara.blogspot.com
www.salapfgastal.blogspot.com
www.democracine.com.br