A Coordenação de Cinema, Vídeo e
Fotografia da Secretaria da Cultura de Porto Alegre inaugura em
09 de outubro de 2014, às 19h, a exposição O Baile, que ocupará
a Galeria Lunara (5º andar da Usina do Gasômetro) até 09 de novembro.
O projeto,
coordenado por Ana Flávia Baldisserotto, foi desenvolvido no Atelier
Livre da Prefeitura dentro do Curso das Inquietações, quando o grupo formado por Carlos
Zart, Carmen
Debenetti, Eda
Pinto, Eliane
Bruél, Eneida
Ströher, Maria
Helena Constantino, Marihê, Marinês Spagnol, Neca Sparta, Neide
Cpinto, Rachel
Fontoura, Ricardo
Takeda, Rogério
Livi, Selier
Straliotto, Silvia
Livi e Taís
de Freitas, literalmente “bailou”, usando os
movimentos de seus corpos/pés, para registrar suas passagens pelo território
delimitado por uma enorme folha de papel.
A exposição apresenta o registro em vídeo
deste momento e fotos do resultado, não apenas no suporte utilizado, mas nos
corpos dos participantes, profundamente marcados pelo grafite, pela exaustão,
pelo prazer, pela entrega, pela comunhão...
Abaixo, texto de Ana Flávia Baldisserotto
sobre a experiência.
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No curso das inquietações
(...)Para se
preparar para dançar, coloque os pés no chão.
Para começar a dançar, deposite as palavras no chão.
Para dançar melhor,
abandone os nomes próprios no chão.(...)
Ana Flávia Baldisserotto
A exposição O Baile resgata e
desdobra os registros de um experiência vivida no contexto do Curso das Inquietações, espaço que coordenei durante
seis anos no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre.
Tratava-se de um espaço de elaboração dos fios de pensamento que se
tecem nas relações sempre tateantes que estabelecemos uns com os outros, e com as manifestações às quais nomeamos com
a palavra arte. Um espaço para seguir os rumos daquilo que desassossega e
desconcerta. Um tempo de parada reflexiva, onde a suspensão das identidades e a
mobilização das fronteiras arte/vida/morte pode dar lugar à invenção.
Caminhávamos, neste percurso, portanto,
sobre uma linha instável, móvel e abstrata, sempre em equilíbrio
precário. O grupo era heterogêneo de muitas formas. Havia gente decidida,
focada, objetiva, e haviam os desfocados
e errantes por natureza, os que não sabiam exatamente o que estavam fazendo
ali. E isso, não era um problema.
No centro da grande mesa de
banquete em torno da qual trabalhávamos, se encenavam embates. Concepções
estridentemente diversas de arte - vida eram enunciadas, defendidas,
questionadas, desconjuntadas, confrontadas. Nas tormentas da linguagem, sempre o perigo de incêndio ou naufrágio. E
isso, também não era um problema.
Para habitar os abismos dos discursos, em muitos momentos desdobrávamos
as conversas em ato. Com a experiência, havíamos decidido voluntariamente sustentar o
alargamento do tempo-meio, não apressando escolhas ou arbitrando fronteiras prematuras, dilatando ao máximo o
intervalo entre dispersão e coesão. Estávamos aprendendo a dançar em suspensão,
e isso, era um bom problema.
Assim, uma das tardes de dezembro de foi dedicada ao Baile, uma experiência concebida e realizada de
forma coletiva a partir da metódica condensação de um currículo de desejos
elaborado pelo grupo.
O Baile marcou o
encerramento de um ciclo de anos de
funcionamento do Curso das Inquietações e fez dele, involuntariamente, um retrato tocante.
Acima de tudo, no Baile, uma
celebração e o reconhecimento de que estamos
todos no meio. No curso das inquietações. E isso, não é um problema.
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O
BAILE
Coordenação
Ana
Flávia Baldisserotto
Artistas participantes
Carlos Zart, Carmen Debenetti, Eda Pinto,
Eliane Bruél, Eneida Ströher, Maria Helena Constantino,
Marihê, Marinês Spagnol, Neca Sparta, Neide Cpinto,
Rachel Fontoura, Ricardo Takeda, Rogério Livi,
Selier Straliotto, Silvia Livi e Taís de Freitas,
Galeria Lunara
(5º andar da Usina do Gasômetro)
Abertura dia 09 de outubro, às 19h
Visitação até 09 de novembro de 2014
de terças a domingos - das 11 às 21h
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