quarta-feira, 7 de maio de 2014

2012

Resumo de 2012

Mariana Xavier  - Mortos Vivos
01/01 a 18/03

Além do Apartheid
24/03 a 13/05

Raul Krebs – Traum
19/05 a 10/06

Expressões da Revolução – Primavera Árabe (Mostra paralela ao I Democracine – ocorreu na Galeria Lunara, Galeria dos Arcos e Galeria Iberê Camargo)
13/06 a 15/07

Desejo
Sequências extraídas dos filmes Zabriskie Point, de Michelangelo Antonioni, Mulheres Apaixonadas, de Ken Russel, e Da Vida das Marionetes, de Ingmar Bergman
31/07 a 19/08

Luciano Spinelli – Metrô de Paris
23/08 a 23/09
  
Ana Hupe e Mayra Redin - Fio
27/09 a 28/10
  
Neusa Zini -  Fotografias Pinhole

08/11 a 21/12

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Mariana Xavier  - Mortos Vivos
01/01 a 18/03
  
A artista Mariana Xavier (Porto Alegre, 1980) realizou a exposição intitulada Mortos Vivos, onde apresentou uma instalação fotográfica inédita em Porto Alegre e que havia sido exibida recentemente em Belo Horizonte, na Fundação Clóvis Salgado – Palácio das Artes.
A instalação fotográfica Mortos Vivos é composta por 45 retratos das mais diversas “celebridades” (de Alexandre Frota a Silvio Berlusconi, passando por Elke Maravilha e Winona Ryder), emoldurados com placas de metal com seus nomes, em um estilo que remete tanto aos Hall of Fame das universidades norte-americanas quanto aos nomes na Calçada da Fama, em Hollywood. Na exposição, as imagens estão separadas entre celebridades vivas e famosos que já morreram. Até a abertura, somente Lily Marinho está na parede dos mortos.
Os trabalhos audiovisuais e fotográficos de Mariana Xavier buscam, através da ação e do humor, tratar de temas como comportamento social e o mundo das celebridades. Desde 2001, a artista realiza trabalhos artísticos em vídeo, filme e fotografia, exibidos em diversas mostras, exposições artísticas e festivais de cinema, tais como a exposição individual no Palácio das Artes em Belo Horizonte (2012), Ficciones – Bienal de fotografia y nuevos médios – Punta Del Leste – Uruguay (Novembro 2011), Bolsa Iberê Camargo (Destaque do site) 2011, Porão Casa M – 8ª Bienal do Mercosul (Junho-Julho 2011), Pequenos Formatos – Atelier Subterrânea, Porto Alegre, Março 2011, Arte.mov 2010, Projeto Portfólio - Aktuell/SP (2010), Salão Audiovisual do Recôncavo (2010), 4ª Sessão Corredor, Atelie 397, São Paulo (2010), Thess Short Film Festival, em Thessaloniki - Grécia (2009), Indie (2009), Mostra do Filme Livre (2009), Femina (2008), Mostra de Vídeos Faculdade Santa Marcelina (2008). Graduada em Comunicação pela UFRGS (2002), é Mestre em Poéticas Visuais no Instituto de Artes da UFRGS (2011), com a pesquisa Piada Explicada: humor e imagem em uma pesquisa em Poéticas Visuais, sobre o humor e sátira como crítica político-social em sua prática audiovisual e na arte contemporânea. 

Além do Apartheid
24/03 a 13/05

Essencialmente sincrética e miscigenada, a África do Sul destaca-se do “continente esquecido” como uma sociedade emergente em termos culturais, políticos e econômicos. À fusão racial promovida pelo colonialismo holandês e britânico entre os séculos XVII e XIX e os terríveis anos do Apartheid, somou-se a atual imigração originada em nações vizinhas, como o Zimbabue, fazendo do país um tabuleiro cultural cuja intrincada trama promoveu a assunção de uma cena artística contemporânea extremamente consistente e criativa.


Para dar visibilidade a este movimento, a Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia da Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre inaugura no próximo dia 27 de março, às 19h, uma nova programação em dois espaços na Usina do Gasômetro, Além do Apartheid – Raça, Sexo e Política na África Contemporânea, que inclui uma exposição naGaleria Lunara (5º andar) e uma mostra de 11 filmes na Sala P. F. Gastal (3º andar).

A EXPOSIÇÃO
A exposição coletiva que ocupa a Galeria Lunara traz pela primeira vez a Porto Alegre uma pequena mas significativa mostra da arte produzida na África do Sul, seja por sul-africanos ou mesmo por imigrantes vizinhos lá residentes ou tornados conhecidos por galerias daquele país. A mostra inclui nomes consagrados como William Kentridge (já conhecido dos porto-alegrenses por sua participação na Bienal do Mercosul) e David Goldblatt, a jovens expoentes como Dan Halter, Jodi Bieber e Kudzanai Chiurai, passando por Nontsikelelo Veleko, Athi-Patra Ruga e Cameron Platter.
Segundo o Coordenador de Cinema, Vídeo e Fotografia da SMC, Bernardo José de Souza, “a produção artística da África do Sul cresce em qualidade e visibilidade, ao lado de nações igualmente emergentes como a brasileira, a chinesa, a muçulmana, a hindu e a russa, mas diferentemente da nossa produção, porém, a deles possui caráter eminentemente político, não no sentido aviltante da arte política, e sim no de uma arte cujos frutos estão embebidos em política, justamente por se originarem no altruísmo e não no refresco da alienação”.

MAIS SOBRE OS ARTISTAS



Cameron Platter - nasceu em Johannesburg, em 1978. Atualmente vive e trabalha em KwaZulu Natal, na África do Sul.

Graduado em Pintura pela Michaelis School of Fine Art, tem realizado inúmeras exposições, em que se destacam o Impressions from South Africa, 1965 to Now, no Museum of Modern Art, em Nova York, Too Much of Anything is Very Dangerous, no Hilger Contemporary em Vienna, Austria. Possui trabalhos, ainda, na coleção permanente do MoMA, NovaYork, no Centro FRAC, Orléans, França, e do Iziko Sul Africano National Gallery. Seu trabalho tem sido destaque The New York Times, Vice Magazine, Jornal NKA Africano de Arte Contemporânea, Artforum, Art Sul e África.

Seus vídeos dialogam com imagens da moralidade contemporânea - sexo, violência, desejo, religião, política - criando novos e explosivos significados através da sátira, fantasia e subcultura.

Dan Halter - Halter traz a experiência de um zimbabweano branco que atualmente vive na África do Sul.

Entre suas principais exposições se destaca never say never, no Derbylius Gallery, em Milão, tendo exposto ainda na Alemanha, Reino Unido, Bélgica, Egito, Holanda, França, etc.
Foi várias vezes premiado por seu trabalho, tendo realizado residência artística no Rio de Janeiro, em 2008, através do projeto VideoBrasil.



David Goldblatt nasceu em Randfontein, na África do Sul em 1930. Seu trabalho é voltado à fotografia, retratando, principalmente, a história e a realidade da África do Sul.
Em 1989 fundou o Market Photography Workshop desenvolvendo um projeto de alfabetização visual, em especial de jovens afetados pelo Apartheid.

Em 1998, Goldblatt se tornou o primeiro Sul Africano a apresentar uma individual no Museum of Modern Art (MoMA), em Nova York. Entre suas principais exposições estão South African Photographs no Jewish Museum, em Nova York, Modern Art em Oxford, na Inglaterra.

Em 2001, uma retrospectiva de sua obra percorre algumas das maiores galerias e museus ao redor do mundo, como Nova York, Barcelona, Roterdã, Lisboa, Bruxelas, Munique, etc. Ainda em 2001 participa da Bienal de São Paulo.



Kudzanai Chiurai - Considerado como parte da geração Born Free do Zimbabuwe, nasceu em 1981, um ano após o país se tornar independente da Rodésia, tendo sido o primeiro estudante negro a se graduar com BA Fine Art pela Universidade de Pretoria.
Pintor e fotógrafo, tem também seu trabalho como produtor, editor e designer intimamente ligado ao seu ativismo político.
Entre suas principais exposições, destacam-se The revolution will not be televised, no Brixton Art Gallery, em Londres e ParisPhoto Exhibition, em Paris.



Nontsikelelo Veleko - Nascida em 1977, em Bodibe, na África do Sul, Lolo, como é conhecida, vive e trabalha em Johannerburg. Entre seus principais trabalhos destacam-se as exposições Armory Show, realizada na Goodman Gallery,e Flow, no Studio Museum in Harlem, também em Nova York.
Participa, dentre outras da Not So Black and White, na Contemporary South African Art, Kyle Kauffman Gallery, New York, USA.
Considera-se uma fotógrafa de rua, sendo influenciada pelo hip-hop e em suas fotos se percebe o orgulho de ser africana.




William Kentridge é sul-africano, nascido em 1955. Seu trabalho se compõe, principalmente, por pinturas, desenhos e filmes animados. Além de ter frequentado a Universidade de Witwatersrand, Joanesburgo e a Johannesburg Art Foundation, Kentridge estudou mímica e teatro na L'École Internationale de Théâtre Jacques Lecoq, em Paris. Em 1998, uma exposição retrospectiva da sua obra foi organizada pelo Palais des Beaux-Arts em Bruxelas, sendo levada, depois, a museus em toda a Europa durante 1998/2001.

Entre suas principais exposições destacam-se William Kentridge: Tapestries, no Philadelphia Museum of Art, na Philadelphia e William Kentridge, no Contemporary Art Museum, em Houston, tendo ainda participado da Documenta de Kassel de 1997.

Kentridge considera-se, antes de tudo, um desenhista. Ele tem uma técnica muito peculiar, criando as sequências de suas animações a partir de um único desenho que é modificado, apagado, rasurado.



Jodi Bieber - Nasceu em 1967, na África do Sul.

Os cursos realizados na Market Photography Workshop (fundada por Godblatt), são o ponto de partida de sua trajetória como fotógrafa. Depois de estudar na MPW ela construiu uma carreira de sucesso, tendo trabalhado para o The Star (onde participou de um programa de formação fotográfica com o falecido Ken Oosterbroek) . Ela continuou a trabalhar lá, antes e durante os primeiros tempos de democracia na África do Sul, fotografando os jovens que vivem à margem da sociedade. Publicou fotos na New York Times e também atuou em projetos especiais para organizações sem fins lucrativos como Médicos sem Fronteiras.
Paralelamente ao trabalho de fotojornalismo, onde vários colegas foram mortos ou cometeram suicídio, Jodi desenvolvia seu trabalho autoral.
Reconhecida por suas imagens contundentes, registro de atrocidades cometidas em nome de valores religiosos e políticos, já foi premiada 8 vezes no World Press Photo, a última delas em 2010, onde retrata uma jovem afegã que tem as orelhas e nariz decepados pelo marido, ao tentar fugir de casa, por determinação do Talibã.



Athi-Patra Ruga – Athi nasceu em 1984, Umtata, África do Sul.
Estudou História da Moda e Design na Gordon Flack Davison Design Academy in Johannesburg e recentemente foi incluido no livro ‘Younger Than Jesus’, uma lista dos 500 melhores artistas do mundo com nenos de 33 anos, Athi-Patra possui trabalhos em coleções públicas e privadas em diversos locais do mundo como Museion - Museum of Modern and Contemporary Art, Bolzano Italy; CAAC - Pigozzi Collection e The Wedge Collection, Iziko South African National Gallery.
O talentoso artista cria obras através de têxteis, vídeo, fotografia, performance e intervenções. Seu trabalho atual aborda questões da sexualidade, política de gênero e as complexidades das influências do primeiro e terceiro mundo na África do Sul contemporânea.

Raul Krebs – Traum
19/05 a 10/06


TRAUM reúne 11 fotografias de diferentes séries do fotógrafo Raul Krebs, em uma seleção a quatro mãos do artista e do curador Bernardo de Souza. A atmosfera dessa nova série  remete às narrativas não lineares de sonhos  aparentemente desconexos, como se fossem  fragmentos de pequenas histórias. Individualmente as fotografias guardam suas narrativas e histórias, nem sempre visíveis a um primeiro olhar.

Raul Krebs é um fotógrafo eclético que atua em diversas áreas da fotografia, diferentes mercados e diferentes estéticas e linguagens. Como fotógrafo publicitário os prêmios mais importantes são: Honorable Mention – New York Photo Awards (2010); Nominee - New York Photo Awards (2008 e 2009); finalista Prêmio Conrado Wessel de Fotografia Publicitária (2005 e 2006); Short List - Campaign Photo Awards/UK – 2009; Fotógrafo do Ano Salão da Propaganda ARP-RS (1996 e 2004). Desenvolve projetos pessoais utilizando-se da fotografia convencional, digital, fotografia pinhole, lomografia, Polaroid e autorretratos.

Suas últimas exposições foram Invitational – NY Photo Awards (maio, 2012 - NYC), Máscaras – intervenção urbana (2011); Pequenos Formatos – Galeria Subterrânea (2010); “Hello, my name is…it” (2005) - Multiple-X - Instituto Goethe (coautoria de Marion Velasco, Trampo, Eduardo Aigner e Claudia Barbisan) e “Foreplay” (2001) - POA, Canela e São Paulo.
Recentemente foi selecionado para selecionado para expor no New York Photo Festival.

É professor de fotografia na ESPM/RS - Pós Graduação em Moda & Marketing e Avançado em Fotografia Digital – e produtor do Canela Foto Workshops, festival de fotografia anual em Canela-RS.

“Trabalho ouvindo rock, gosto de futebol e de viajar como atento observador de pessoas”, declara Raul.

Nas palavras de Pedro Veríssimo, sobre o trabalho de Raul Krebs:

"Sonhos são lugares. De coisas banais de significados escondidos e de
estranhezas descaradas. Onde tudo carrega um certo tom de ameaça do
outro mundo. Mas é um mundo que já visitamos antes, seus hábitos e suas
obsessões são familiares. Se não há mais medo ou repulsa, também não há resposta ou traumas. Como numa história em que se pode entrar a qualquer
momento. Como algo que ocorreu no passado, mas segue acontecendo ali."
Pedro Veríssimo
  
Expressões da Revolução – Primavera Árabe (Mostra paralela ao I Democracine – ocorreu na Galeria Lunara, Galeria dos Arcos e Galeria Iberê Camargo)
13/06 a 15/07

A Mostra Expressões da Revolução integra-se à programação oficial do I Democracinecom o objetivo de debater e dar visibilidade aos movimentos revolucionários que vem varrendo o norte da África ao longo dos últimos meses.

Formada por três exposições de arte – na Galeria Lunara, Galeria dos Arcos e Galeria Iberê Camargo, a mostra Expressões da Revolução foi concebida especialmente para o I Democracine pelo produtor Demétrio Portugal. Portugal é diretor do Matilha Cultural, centro cultural independente de São Paulo que foi o primeioro espaço no Brasil a estabelecer um intercâmbio com os protagonistas desses movimentos, notadamente artistas e ativistas políticos da Tunísia e do Egito.
A partir de uma rede de contatos com os principais artífices da chamada Primavera Árabe, a curadoria de Demétrio Portugal propõe aos espectadores um mergulho na primeira grande onda revolucionária do novo milênio em prol da democracia.

PROGRAMAÇÃO EXPOSIÇÕES
Expressões da Revolução – de 13/06 a 14/07 na Usina do Gasômetro

GALERIA IBERÊ CAMARGO


30 dias correndo sem sair do Lugar
de Ahmed Basiony com curadoria de Shady El Noshokaty.
Obra Exposta na Bienal de Veneza 2011 que faz menção aos 30 anos de ditadura do Mubarak. O artista e ativista faleceu em confronto com a polícia do Cairo durante os protestos da praça Tahir. Basiony tinha 31 anos e morreu enquanto filmava as manifestações.

Quando eclodiram as manifestações populares no Egito, as informações que conseguiam chegar até o ocidente eram muito poucas e contraditórias, seja pelo aparato repressivo, seja pelo distanciamento das agências internacionais de notícia ou pela própria precaução dos ativistas em
não se deixarem revelar.
Já no primeiro dia de manifestações ocorreram dezenas de baixas, mas foi a comoção geral em torno do artista Ahmed Basiony, morto por um franco atirador, que fez seu nome transformar-se num “farol”.
A verdade crua que o envolvia, por um lado, nos revelou uma cena cultural intensa, diversa e com uma forte história de resistência, e por outro, incentivou muitos egípcios a irem a luta ainda com mais gana.
A sua figura martirizou-se em stencils nas ruas, em cartazes, no facebook, na blogsfera e assim por diante, até que seu nome foi indicado para a bienal de Veneza em 2011 a partir da curadoria executiva de Shady El Noshokaty convidado do Democracine.

Na Galeria Lunara esteve reunido um rico apanhado sobre as táticas e obras envolvidas no processo de revolução, destaque para o trabalho do artista Aalam Wassef, reconhecido internacionalmente.

Vídeo arte e media ativismo - info vídeo sobre os processos revolucionários na Primavera Árabe, indignados e occupy desenvolvido pelo coletivo paulista BijaRi, além de manifestações de stencil graffiti das ruas do cairo, cartilhas ensinando revolta não violenta, vídeos contextualizadores, etc.


Esta edição do projeto é
desenvolvida por:
Demétrio Portugal
Raquel Ribeiro Borges
Maged El Gebaly
Coletivo Bijari
Mundo.ag
Esta edição tem parceria:
Prefeitura de Porto Alegre
Usina do Gasômetro
MatilhaCultural
Planet Art eXchange
Anistia Internacional
IdeC - Institut de Citoyenneté
AUC - American Univerity of Cairo
Festival In-Edit
Vice Magazine
IDS Brasil
Apoio total desde a primeira edição
MatilhaCultural.com.br



Desejo
Sequências extraídas dos filmes Zabriskie Point, de Michelangelo AntonioniMulheres Apaixonadas, de Ken Russel, e Da Vida das Marionetes, de Ingmar Bergman
31/07 a 19/08
Da vida das Marionetes
 Na mostra O Desejo, trechos de grandes obras cinematográficas ganham exibição na Galeria Lunara. As sequências extraídas dos filmes Zabriskie Point, de Michelangelo Antonioni, Mulheres Apaixonadas, de Ken Russel, e Da Vida das Marionetes, de Ingmar Bergman, são marcadas pela expressão intensa do desejo sexual, evidenciada no embate físico entre os corpos dos personagens que se confrontam em batalhas ora românticas, ora letais.
Mulheres Apaixonadas
Em comum, as passagens apresentam pouco ou nenhum diálogo, o que reforça o caráter eminentemente físico das cenas, performáticas em sua coreografia e viscerais em sua teatralidade. Devido à sofisticação plástica das imagens e à atmosfera cênica coesa, as sequências gozam de uma autonomia semântica raramente encontrada no cinema tradicional, pois prescindem da linguagem verbal articulada pelo roteiro para explicitarem seu sentido dramático.
Zabriskie Point
Ao serem exibidas numa galeria, e descontextualizadas da obra para a qual originalmente foram pensadas, estas sequências reiteram não apenas a maestria de seus realizadores, mas a qualidade de suas imagens que se impõem repletas de força e plasticidade não importa onde sejam vistas. Fora da sala de cinema e destacadas da narrativa cinematográfica, as cenas ganham independência no espaço e no tempo, deslocando seu sentido do plano verbal para o campo essencialmente visual. 
  
Luciano Spinelli – Metrô de Paris
23/08 a 23/09
  

Na exposição, Luciano apresenta um novo olhar sobre o Metrô de Paris, um complexo que possui 16 linhas que se estendem por 214 quilômetros e transporta 3,9 milhões de pessoas por dia, ocupando o quarto lugar no mundo em volume de passageiros e o terceiro em número de estações.
Metrô de Paris intui uma reconstituição sinestésica do imaginário subterrâneo de um condutor e de um passageiro do metrô parisiense. Para isso, o artista associa fotografia, áudio e vídeo dentro do espaço preto, quadrado e íngreme que é a Galeria Lunara. A exposição é composta de impressões fotográficas em preto e branco apresentadas horizontalmente, duas a duas, como um díptico informal de um vídeo filmado desde a cabine do condutor, mostrando as entradas e saídas do túnel da linha 6 do metrô parisiense e de uma ambientação sonora criada pelo DJ Dunwich.
Luciano Spinelli é fotógrafo e videomaker, vivendo entre Paris e São Paulo. PhD em Comunicação Visual (Universitat Pompeu Fabra, Barcelona) e Sociologia (Université Paris Descartes Sorbonne). Seu trabalho focaliza a vida urbana, a foto-etnografia e o imaginário da sociedade pós-moderna. O presente projeto foi desenvolvido durante sua pesquisa de doutorado. Suas fotografias podem ser vistas no site: www.lucianospinelli.com.
Na abertura da exposição, o DJ francês Dunwich estará presente, junto com o artista, fazendo um set live no qual mixa os sons do metrô parisiense produzindo uma atmosfera sonora que é característica do local retratado.
 Nas palavras do artista:Nas fotografias, adentramos um nível intersticial do organismo urbano: o metrô. Um estágio mecânico da vida em sociedade que é sonorizado pela fricção do metal contra metal. Descrito por Marc Augé como “a coletividade sem a festa e a solidão sem o isolamento”, no metrô estamos mais próximos de nossa natureza predadora. Nessa parte da cidade fadada à escuridão, observa-se uma verdadeira ecologia urbana guiada por uma sinalética que se repete internacionalmente. As inscrições que ali repousam, o cheiro dos trens, os anúncios entoados pelos autofalantes, ajudam a conformar um imaginário subterrâneo no indivíduo que passa a catraca e se torna passageiro. Captando signos verbais e não verbais, fotografias, vídeo e som representam fragmentos da estética polifônica do metropolitano.
A forma e a atmosfera da galeria é de fundamental importância para o desenvolvimento sinestésico dessa exposição. Chega-se de elevador e, assim como se estivesse entrando em um metrô, depara-se com um espaço escuro e claustrofóbico. Com luzes direcionais que iluminam as fotografias na parede, o visitante percorre o espaço por uma passarela com chão gradeado e metálico. Ele vê, projetado no fundo da tremonha, um vídeo do ponto de vista do condutor do metrô parisiense. Ouve os barulhos do trem, as vozes dos avisos dados aos passageiros, o zumbido de fechamento das portas e outros sons típicos daquele espaço, ritmados ao vídeo e remixados pelo DJ francês Dunwich. (http://soundcloud.com/djdunwich)

Ana Hupe e Mayra Redin - Fio
27/09 a 28/10
  
Intitulada FIO, a exposição reúne trabalhos das artistas Ana Hupe (RJ) e Mayra Martins Redin (nascida em Porto Alegre – atualmente residindo no Rio de Janeiro) e,  como o título já resume, a ideia propulsora da exposição é fortalecer e entender melhor, através da arte, as relações fragilizadas em função das distâncias e do tempo acelerado.
Ana Hupe

A mostra FIO surgiu de cruzamentos entre alguns trabalhos de ambas. As obras apresentadas partem da ideia das distâncias e proximidades nas relações. São instalações fotográficas e sonoras, vídeos, textos e livros que visibilizam experiências de encontros propostos. Tais proposições fazem uso de palavras e objetos para provocar o diálogo entre o artista e outras pessoas, numa tentativa de potencializar relações.
Na instalação fotográfica Porta-retrato, Ana Hupe investiga o universo doméstico de 23 pessoas. Durante um mês a artista visitou casas de conhecidos e desconhecidos para passar uma tarde com eles. Em cada casa a artista fotografou um porta-retrato. As imagens, colocadas em outra moldura,  compõem uma nova “sala de casa” sugerida no espaço expositivo. A instalação se completa com um diário das visitas.

Registros visuais e sonoros de outra deriva, desta vez por um espaço público, a Vila Mimosa, conhecida como a zona do baixo meretrício do Rio de Janeiro, podem ser vistos, lidos e ouvidos. VM é uma espécie de diário nas paredes do encontro com este espaço marginal.

O trabalho fotos@still_hereHYPERLINK "mailto:fotos@still_here.%20Passwort:%20nossas". Passwort: nossas é de autoria de Ana Hupe e da artista Johanna Steindorf, radicada na Alemanha. As duas trocaram duas câmeras fotográficas analógicas descartáveis durante dois anos, até as 36 poses acabarem, fazendo fotos às escuras uma para outra. A correspondência por imagens era levada e trazida por um correio afetivo -  amigos ajudavam a transportar as câmeras de uma para outra.

Na instalação fotográfica Metade cheio metade vazio, que une texto e fotografia, a artista Mayra Martins Redin apresenta uma experiência proposta na residência artística Nuvem, em Visconde de Mauá, RJ.  Munida de uma máquina analógica descartável subaquática, a artista propôs que cada artista da residência escolhesse um objeto pessoal relacionado à temática das mudanças (geográficas, afetivas) para ser imerso na água e fotografado. A artista fez pequenas anotações acerca das histórias que foram sendo compartilhadas e uniu-as às imagens.

Mayra Redin
Horizonte Onde, é um livro que surge de uma proposta afetiva. Um objeto que é um pedaço de vidro retangular com a inscrição das duas palavras: horizonte e onde  foi dado para algumas pessoas para que elas procurassem seu(s) horizonte(s) através do recorte oferecido pelo vidro  e pelas palavras. O livro é feito das imagens produzidas pelos participantes, além de uma inserção de páginas quase vazias com o intuito de propor uma metáfora para a experiência da leitura.
Além dessas obras, outros trabalhos serão apresentados, colocando em rede pequenos desejos de compartilhamento no intuito de dar sentido e registrar as relações e traçá-las na superfície do mundo.

Neusa Zini -  Fotografias Pinhole

08/11 a 21/12

A exposição apresenta o resultado de pesquisa desenvolvida pela artista entre 2010 e 2011, utilizando a técnica Pinhole. A proposta foi fotografar objetos do cotidiano ressaltando suas formas, deixando de lado a carga simbólica ou a narrativa que lhes poderia ser atribuída. A hiper exposição dos objetos fotografados à luz natural ressalta, ainda mais,  sua volumetria.

Neuza Zini é formada em Desenho e Plástica pela UFRGS e participa de atividades do Núcleo de Artes Visuais de Caxias do Sul dede 1991. Realizou individuais na Galeria de Artes da Universidade de Caxias do Sul, Galeria de Artes da Casa de Cultura Percy Vargas de Abreu e Lima e várias coletivas como: NAVI Mostra Caxias (MARGS), Referências, Buscas, Vestígios (Galeria Iberê Camargo/Usina do Gasômetro), Mulheres Gravuristas (Galeria Municipal de Arte/ Caxias do Sul), tendo sido premiada no VI Salão do Mar de Antonina (PR).

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