quarta-feira, 8 de outubro de 2014

GALERIA LUNARA CONVIDA PARA O BAILE

  
A Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia da Secretaria da Cultura de Porto Alegre inaugura em 09 de outubro de 2014, às 19h, a exposição O Baile, que ocupará a Galeria Lunara (5º andar da Usina do Gasômetro) até 09 de novembro.  




O projeto, coordenado por Ana Flávia Baldisserotto, foi desenvolvido no Atelier Livre da Prefeitura dentro do Curso das Inquietações, quando o  grupo formado por  Carlos Zart, Carmen Debenetti, Eda Pinto, Eliane Bruél, Eneida Ströher, Maria Helena Constantino, Marihê, Marinês Spagnol, Neca Sparta, Neide Cpinto, Rachel Fontoura, Ricardo Takeda, Rogério Livi, Selier Straliotto, Silvia Livi e Taís de Freitas, literalmente “bailou”, usando os movimentos de seus corpos/pés, para registrar suas passagens pelo território delimitado por uma enorme folha de papel.
A exposição apresenta o registro em vídeo deste momento e fotos do resultado, não apenas no suporte utilizado, mas nos corpos dos participantes, profundamente marcados pelo grafite, pela exaustão, pelo prazer, pela entrega, pela comunhão...
Abaixo, texto de Ana Flávia Baldisserotto sobre a experiência.
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No curso das inquietações

(...)Para se preparar para dançar, coloque os pés no chão.
Para começar a  dançar, deposite as palavras no chão.
Para dançar melhor, abandone os  nomes próprios no chão.(...)

Ana Flávia Baldisserotto
A exposição O Baile resgata e desdobra os registros de um experiência vivida no contexto do Curso  das Inquietações, espaço que coordenei durante seis anos no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre.
Tratava-se de um espaço de elaboração dos fios de pensamento que se tecem nas relações sempre tateantes que estabelecemos uns com os outros,  e com as manifestações às quais nomeamos com a palavra arte. Um espaço para seguir os rumos daquilo que desassossega e desconcerta. Um tempo de parada reflexiva, onde a suspensão das identidades e a mobilização das fronteiras arte/vida/morte pode dar lugar à invenção. 
Caminhávamos, neste percurso, portanto,  sobre uma linha instável, móvel e abstrata, sempre em equilíbrio precário. O grupo era heterogêneo de muitas formas. Havia gente decidida, focada, objetiva, e haviam os desfocados  e errantes por natureza, os que não sabiam exatamente o que estavam fazendo ali. E isso, não era um problema.
No centro da grande mesa  de banquete em torno da qual trabalhávamos, se encenavam embates. Concepções estridentemente diversas de arte - vida eram enunciadas, defendidas, questionadas, desconjuntadas, confrontadas. Nas tormentas da linguagem,  sempre o perigo de incêndio ou naufrágio. E isso, também não era um problema.
Para habitar os abismos dos discursos, em muitos momentos desdobrávamos as conversas em ato. Com a experiência, havíamos  decidido voluntariamente sustentar o alargamento do tempo-meio, não apressando escolhas ou arbitrando  fronteiras prematuras, dilatando ao máximo o intervalo entre dispersão e coesão. Estávamos aprendendo a dançar em suspensão, e isso, era um bom problema.
Assim, uma das tardes de dezembro de foi dedicada ao Baile, uma experiência concebida e realizada de forma coletiva a partir da metódica condensação de um currículo de desejos elaborado pelo grupo.
O Baile marcou o encerramento de um ciclo de anos de  funcionamento do Curso das Inquietações e fez  dele, involuntariamente, um retrato  tocante.  Acima de tudo, no Baile, uma celebração e o reconhecimento de que estamos  todos no meio. No curso das inquietações. E isso, não é  um problema.
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O BAILE
Coordenação
Ana Flávia Baldisserotto
Artistas participantes
Carlos Zart, Carmen Debenetti, Eda Pinto,
Eliane Bruél, Eneida Ströher, Maria Helena Constantino,
Marihê, Marinês Spagnol, Neca Sparta, Neide Cpinto,
Rachel Fontoura, Ricardo Takeda, Rogério Livi,
Selier Straliotto, Silvia Livi e Taís de Freitas,

Galeria Lunara
(5º andar da Usina do Gasômetro)
Abertura dia 09 de outubro, às 19h
Visitação até 09 de novembro de 2014
de terças a domingos -  das 11 às 21h

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