Resumo de 2003
Em Negro – Vilma Sonaglio
27/03/2003 a 27/04/2003
Face – Fernanda Chemale
06/05 a 08/06/2003
O Olhar Passageiro – Grupo Lata Mágica
(Guilherme Galarraga,
Maisa del Frari, Paula Biazus, Pedro Araújo, Rafael Johann)
24/06 a 30/07/2003
Projeto Fumproarte
Blue - 14 Cianotipias e 4 Viragens de Oliver Mann
14/08 a 05/10/2003
México – de Dulce Helfer
14/10/2003 até 18/01/2004
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Em Negro – Vilma Sonaglio
27/03/2003 a 27/04/2003
Face – Fernanda Chemale
06/05 a 08/06/2003
O percurso
poético de Fernanda Chemale em Face é
uma brincadeira com transposições sígnicas. A fotógrafa segue a trilha de
experimentos já presentes tanto em Brassaï (1899-1984), que ao longo da década
de 1930 fotografou graffitis,
quanto no movimento surrealista e a apologia da imagem banal e espontânea. A
exemplo do artista contemporâneo Vik Muniz (1961), que revigora a silhueta de
Nietzsche a partir de um arranjo de presunto parma fotografado, Fernanda quer
alcançar o poder de ressignificação, despertando o desejo inconsciente de ver e
de encontrar coisas aparentemente despercebidas na experiência cotidiana. Do
fortuito nascem novas imagens: ETs, esfinges, vanitas, sombras, silhuetas impertinentes e rostos
desfigurados que remetem ao pintor irlandês Francis Bacon (1909-1992). Como num
ritual de homenagem, suas fotos parecem máscaras – a um mesmo tempo dóceis e
tenebrosas – de divindades primitivas que abandonaram seu panteão específico
para repousarem na calmaria da imagem fotográfica congelada. A palavra imagem,
aliás, tem sua origem etimológica no latim imago,
a máscara póstuma de cera dos aristocratas romanos. A própria gênese das
imagens no Ocidente nasceu da necessidade cultural da magia – as palavras image e magie têm, no francês, correspondências gráficas. Há, então,
poderes ocultos na contemplação e posse de imagens, o que nos leva à noção de
que o invisível conduz o visível. Esta é a proposta e o desafio
de Face.
Alexandre
Santos, historiador da arte e pesquisador de história da fotografia
Maio de 2003
O Olhar Passageiro – Grupo Lata Mágica
(Guilherme Galarraga, Maisa del Frari, Paula Biazus, Pedro Araújo, Rafael Johann)
24/06 a 30/07/2003
Projeto Fumproarte
No dia 24 de junho de
2003 ocorreu o lançamento do projeto "O Olhar Passageiro", do Grupo
Lata Mágica. Adesivos colados nos ônibus de Porto Alegre
contendo fotografias de lugares significativos da cidade, obtidas através da
técnica pinhole. Para marcar o lançamento do projeto, ocorrerá uma exposição
dos adesivos na Galeria Lunara do Centro Cultural Usina do Gasômetro . Na ocasião, também estará sendo
lançado um conjunto de cartões-postais com as imagens que integram o projeto.
A idéia dos adesivos nos ônibus teve inspiração no projeto Poemas nos Ônibus,
da Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre. Para o Projeto "O
Olhar Passageiro", o Grupo Lata Mágica, composto por cinco fotógrafos,
criou 25 adesivos - cinco por autor - feitos a partir de fotografias pinhole.
Estes adesivos possuem fotografias em preto e branco nas dimensões de 30 x 40
cm.
Para as obtenções, o
Grupo utiliz ou câmeras fotográficas
construídas com latas de panettone para registrar lugares importantes de Porto
Alegre. Integram o Projeto imagens da Usina do Gasômetro , do Viaduto Otávio Rocha, da
Avenida Borges de Medeiros, do Parque da Redenção, do Chalé da Praça XV, do
Monumento aos Açorianos, entre diversos outros lugares. O uso da técnica
pinhole, que possui uma linguagem bastante característica, serviu para lançar
uma nova visão sobre espaços que fazem parte da rotina dos porto-alegrenses.
A exposição na Galeria
Lunara marca o lançamento do Projeto, que ficará durante seis meses disponível
ao público nas janelas dos 1600 ônibus de Porto Alegre. Será afixada uma
fotografia por ônibus, do total de 25 imagens. Desta maneira, "O Olhar
Passageiro" vai estar visível para um imenso número de pessoas, já que
diariamente circulam pela frota de ônibus da capital gaúcha uma média de 1
milhão e 200 mil passageiros.
Blue - 14 Cianotipias e 4 Viragens de Oliver Mann
14/08 a 05/10/2003
A exposição reuniu 21 imagens de diferentes lugares do Sul da Itália,
Alemanha e Brasil, utiliz ando dois diferentes processos de revelação, a cianotipia
e a viragem ciano, ambas explorando a cor azul. A exposição estará aberta ao público
de 15 de agosto 14 de setembro, das 10h às 22h.
A cianotipia é um processo técnico pesquisado a partir de 1842, muito apreciado
pela escola pictorialista. Seu princípio químico não foge muito à regra da
maioria dos processos históricos ou alternativos que se pratica na atualidade,
pois se fundamenta nas propriedades sensíveis que alguns sais de ferro
apresentam em contato com a luz. A mistura dos sais lavados em água dá o tom de
azul profundo depois de expostos a uma fonte de luz adequada. Essa mesma
técnica pode ser chamada de azul da prússia ou blue-print, também conhecida por
imitar os cartões postais difundidos na Europa em fins do século XIX.
Sua primeira
experiência com cianotipia ocorreu em 2001 e foi apresentada na cidade de
Ischia, na Itália, durante exposição fotográfica coletiva intitulada Faces
Brasileiras.
México – de Dulce Helfer
14/10/2003 até 18/01/2004
México
Regallo de los Deuses é um registro feito em 1999, quando Dulce foi receber
o Prêmio da Sociedad Interamericana de Prensa, em Guadalajara. A fotógrafa aproveitou
para fazer pequenas viagens, entre elas, à cidade de Tequila, que, segundo
Dulce, foi inesquecível. Ela fotografou a fabricação do destilado, pois é lá
que se concentram as fábricas da referida bebida, que dá o nome à cidade.
A viagem também lhe rendeu uma visita à Cidade do México
e às Zonas Arqueológicas, também chamadas de Pirâmides. O local abriga as Pirâmides
do Sol e da Lua, consideradas patrimônios da humanidade. México Regallo de los Deuses é a 15ª exposição individual de Dulce
Helfer e, para a fotógrafa, esta mostra completa seu último trabalho individual,
Os Caminhos do Olhar de Dulce Helfer, na qual apresentou 15 imagens de
diversos países, menos o México.
Nascida em Santa Cruz do Sul, Dulce conquistou seu
espaço como fotojornalista no jornal Zero
Hora. Entre suas exposições individuais, Mário Quintana, o Poeta Visto pela Fotógrafa Dulce Helfer, percorreu
vários estados do Brasil. O próprio poeta, várias vezes clicado por Dulce, escreveu
sobre ela: “ Os trabalhos de Dulce Helfer não são simples fotografias, são
imagens que têm vida interior”. O currículo da fotógrafa também é recheado de
prêmios, tendo sido vencedora do SIP (Sociedad Interamericana de Prensa) três
vezes, além de uma menção honrosa no Prêmio Esso, no Rio de Janeiro, em 1994.
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