terça-feira, 6 de maio de 2014

2007

Resumo de 2007

Bianca Araujo-  Retratos que revelam palavras
De 12 janeiro a 06 de março de 2007 

Monica Tinoco - Fotogramas
De 08 de Março a 08 de Abril de 2007

Chiara Banfi -  Mirante
De 26 de Maio a 24 de Junho de 2007 

CONJUNTO (3) - Andre Venzon, Fernando Bakos, Marcelo Gobatto, Mariane Rotter e Tiago Giora
De  03 de Julho a 03 de Agosto de 2007

Cristina Meirelles - Entre Paisagens
De 09 de Agosto a 09 de Setembro

Leopoldo Plentz  - Brasília
De 11 de Setembro a 14 de Outubro de 2007 

Eduardo Xavier - Desenho sobre Fotografia   
De 18 de Outubro a 18 de Novembro  

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Bianca Araujo-  Retratos que revelam palavras
De 12 janeiro a 06 de março de 2007 
 
A exposição apresentada na Galeria Lunara, configura-se numa série de imagens produzidas através da apropriação de imagens fotográficas de colunas sociais de jornais. Tem como proposta questionar os limites da fotografia através do cruzamento dessa linguagem com a linguagem pictórica, entretanto, mesmo que a pintura seja essencial no processo de elaboração do trabalho, só a fotografia faz parte do resultado final. Cada (Re)trato busca refletir sobre os estereótipos da pose, colocando em jogo o conceito de retrato. 
Bianca, nascida em Pelotas, é formada em Comunicação Social e Bacharel em Artes Visuais / Pintura, tendo concluído, em 2006, a especialização em Poéticas Visuais - Gravura, Fotografia e Imagem Digital, pela Feevale (Novo Hamburgo / RS)


Monica Tinoco - Fotogramas
De 08 de Março a 08 de Abril de 2007

Monica Tinoco apresenta na Galeria Lunara parte de sua pesquisa na produção de imagens fotográficas sem o uso de câmera. A artista traz para esta mostra uma série de fotogramas que investigam a captação e impressão da Cor/Luz. O acúmulo de objetos coloridos e transparentes expostos à luz e ao papel fotográfico revela relações cromáticas e novos tipos de superfície em uma aproximação intensa com a pintura.


Monica Tinoco nasceu em São Paulo, 1965, onde vive e trabalha. É Bacharel em Comunicação Visual pela FAAP. Participa de grupos de estudos em pintura, sob a orientação de Dudi Maia Rosa, e em escultura, com orientação de Artur Lescher. Principais exposições:       38° Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba - 2006 e Laboratório – exposição individual no    MUNA – Museu Universitário de Arte de Uberlândia, MG - 2007.


Chiara Banfi -  Mirante
De 26 de Maio a 24 de Junho de 2007 

Em mais uma investida pelo labirinto da contemporaneidade, a Secretaria Municipal da Cultura, através da sua Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia, conduz seus colaboradores – artistas, cineastas, curadores e intelectuais – rumo ao encontro de um Minotauro pós-moderno (ora cinema, ora fotografia), cujas formas mutantes, que tanto intrigam quanto fascinam, parecem nos dizer: – “Ratos e urubus, larguem a minha fantasia!”, como Joãosinho Trinta, em seu desfile para a Beija-Flor (1989), no qual transformava o lixo em luxo.
O Projeto Do Lixo ao Luxo apresentou, além de mostra de filmes na Sala P. F. Gastal, a exposição Mirante, de Chiara Banfi.





"... O desenho de Chiara desencadeou-se a partir de uma viagem na Amazônia, do contato com os vestígios de civilizações indígenas e de seu vínculo com os fenômenos da natureza, o campo racional sendo ativado pelo espiritual. Há uma dimensão “mágica” sempre presente nos depoimentos de Chiara, cujo caráter transcendental me trouxe à memória o Kandinski da liberdade com equilíbrio, da pintura integrada à musicalidade. Sua apoteose teve lugar o ano passado em Brasília, com “Várias marés”, primeira individual da artista. Águas e nuvens foram penetrando e saindo de oito escalas de cinzas. Pode-se até dizer que a lenta metamorfose de Chiara adveio de uma onda que prenunciava um surrealismo latente, mas encontrou estabilidade numa espécie de abstração, em que a terceira dimensão corresponde a um plano ideal a ser cautelosamente cerceado. O mundo material, a realidade tal como ela se apresenta, não parece seduzir esta artista. "
Trecho do texto A viga mestra e o coelho de Chiara Banfi, de Lisette Lagando



CONJUNTO (3) 
Andre Venzon, Fernando Bakos, Marcelo Gobatto, Mariane Rotter e Tiago Giora
De  03 de Julho a 03 de Agosto de 2007

André Venzon, Tiago Giora, Mariane Rotter,
Marcelo Gobatto e Fernando Bakos(na foto)
Em 2006, a Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia da Secretaria Municipal da Cultura formou um coletivo de artistas e pesquisadores para que este apresentasse trabalhos na Galeria Lunara dentro de uma lógica de ocupação site-specific. O resultado deste processo contínuo de trabalho e reflexão permanente recebeu o nome de Conjunto (1) e (2). Como norma única do projeto, o desenvolvimento de obras que nascessem de discussões coletivas sobre a Galeria, sobre a imagem (fotográfica ou em movimento) ou suas características fotossensíveis.
Neste ano, o coletivo foi inteiramente renovado, embora tenha sido convocado, mais uma vez, a se debruçar sobre as especificidades da Lunara e a produzir trabalhos articulados a partir de encontros sistemáticos: André Venzon, Marcelo Gobatto, Mariane Rotter, Tiago Giora e Fernando Bakos (org.), compõem agora o Conjunto (3).
O espaço negro da Usina do Gasômetro propõe, por si só, um problema estético e conceitual, não apenas pela cor de suas paredes mas por sua geografia interna, abalada pela ausência de um firmamento convencional, o qual é posto à prova, permanentemente, pela tremonha (funil, ponto de fuga) que subjaz à galeria. Na Lunara, o tradicional cubo branco dos espaços de arte é substituído por seu negativo: não mais um cubo branco, mas negro; nem sequer um cubo, mas um poliedro.
Inaugurada em 16/06/2007, a última Documenta de Kassel – principal mostra de arte contemporânea no mundo, realizada uma vez a cada cinco anos – propõe a subversão do cubo branco, o que nos leva a acreditar que a Lunara se mantém atualíssima em sua obscuridade, e que sua maior qualidade seja, justamente, a recusa em oferecer neutralidade aos artistas que lá expõem e ao público que lá passeia.
Como o projeto ora em pauta não prevê seu esgotamento – mas o acúmulo de idéias e a sobreposição de camadas e formas distintas de trabalho artístico –, no passo em que inauguramos o Conjunto (3) lançamos também o catálogo das experiências que o antecederam: Conjunto (1) e (2). Assim, sucessivamente, enquanto houver novos Conjuntos, novos catálogos serão lançados, registrando e alimentando uma prática democrática de discussão, renovação e experimentação nos espaços de arte públicos.   


Fernando Bakos

Marcelo Gobatto (frame de um dos vídeos)
  
Mariane Rotter

Marcelo Gobatto

André Venzon

Tiago Giora

Cristina Meirelles - Entre Paisagens
De 09 de Agosto a 09 de Setembro

Na paisagem tradicional, representar o espaço e a luz eram as grandezas com as quais os artistas criavam efeitos de sentido, provocando sensações e sentimentos.
Christina Meirelles cria paisagens – céu e terra, terra e mar, mar e céu. Do esforço de guardar na memória os lugares por onde passava, e que legitimavam a referencia destas imagens, restam meros nomes. O invariável, aquilo que permanecia na memória e reincidia na percepção da artista era a linha do horizonte. O movimento constituiu-se como investigação plástica. Queria dar visibilidade à construção temporal do espaço sem recorrer a técnicas estabelecidas: da dissolução da forma nas pinturas de Turner à decomposição rítmica do Futurismo, e nem mesmo se apoiar em suas referências mais próximas - as abstrações de Rothko e a geometria mínima de Barnett Newman. Se a velocidade e a efemeridade são condições contemporâneas de uma vida urbana, globalizada, como mostrar a realidade passageira, a presença deste mundo descorporificado? A artista parte da fotografia, mas o caminho escolhido foi usar a mídia digital. Selecionou programas de computador que oferecessem a possibilidade de articular a imagem digitalizada numa linguagem que transparecesse uma poética do fluxo. Nas primeiras paisagens, os contornos das figuras são dissolvidos e uma espécie de névoa faz com que as áreas se interpenetram. A paisagem ganha um aspecto macio, suave, silencioso, distante – quase nostálgico - aqui ainda temos índices de profundidade. Depois a vista é reduzida a puro plano bidimensional, linear - faixas coloridas de ocres, azuis e verdes. No trânsito as particularidades se dissolvem e a paisagem passa a ser vista como linhas paralelas e contínuas. Nas paisagens sintéticas há uma fragmentação das faixas, e espaço e tempo são transcritos por extensões tonais. Se antes a sensação cinemática do fluxo se dava por um continuum, revelado pela fusão dos elementos e cujo efeito visual era uma plasticidade informal, agora, o continuum é traduzido numa linguagem modular que pode se repetir ad infinitum.
Entre Paisagens é apenas uma fenda – a imagem de relance do olhar que passa rápido no tempo da viagem.  (Texto de Nancy Betts / Jul. 2007)


Leopoldo Plentz  - Brasília
De 11 de Setembro a 14 de Outubro de 2007 



A convite da Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia, partindo de anotações feitas por Lúcio Costa sobre as melhores maneiras de fotografar Brasília, Leopoldo Plentz foi à Capital empreender uma jornada de registro visual da obra modernista de maior importância em nosso Pais, maior tamanho no mundo e enorme relevância estética, formal e conceitual na arquitetura do século XX. 
Centrado no Plano Piloto do Distrito Federal, o fotógrafo gastou seis dias e cinco noites como "flâneur motorizado" — a concepção urbanística de Brasília exige automóvel para deslocamento —, operando sua câmera de médio e grande formatos com foco voltado aos grafismos e formas sinuosas de Oscar Niemeyer, aos largos espaços vazios que ora remetem a paisagem sombria, contrastada e ameaçadora de Giorgio de Chirico, ora sintetizam a megalomania de JK e dos arquitetos que redesenhavam o futuro do Brasil na década de cinqüenta: 50 anos em 5, como pedia o projeto nacional-desenvolvimentista em curso no período.
Por trás de sua ostensiva beleza urbana, as imagens em P/B capturadas por Leopoldo endossam a utopia do Modernismo ao passo em que reforçam a carga política deste oásis burocrático e institucional que centraliza à distância o destino de nosso País há mais de meio século. A perfeição formal das imagens parece mascarar a dimensão humana e imperfeita que existe à sua revelia no interior da gigantesca "maquete".





Eduardo Xavier - Desenho sobre Fotografia   
De 18 de Outubro a 18 de Novembro  


Desenho sobre fotografia é a primeira exposição individual de Eduardo Xavier, que é aluno de História, Teoria e Crítica da Arte pelo Instituto de Artes da UFRGS. A exposição foi uma das selecionadas através de edital para as exposições de fotografia da Usina do Gasômetro em 2007. Nela o artista estabelece uma relação entre a linguagem do desenho e da fotografia, através do processo de fotografar um barbante depois de jogá-lo no ar, tendo como plano de fundo o próprio céu – sem referências externas, criando assim um plano quase atemporal. São apresentados conjuntos de fotografias que remetem àquela paisagem fotografada, ao momento de cada seqüência, tornando importante o caráter processual e a temporalidade em que acontecem os desenhos, junto com o caráter pictórico que cada foto assume, através das nuanças do céu, da cor das nuvens. Nasce, então uma idéia de desenho – pensado aqui a partir da linha – que se define junto com a fotografia.


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