terça-feira, 6 de maio de 2014

2006

Resumo de 2006 

Mari Molinos
30/03 a 07/05/2006

Conjunto (1) e Conjunto (2)
Vilma Sonaglio, Adriane Vasquez, Luiz Roque, Katia Prates e Gustavo Jahn e uma pesquisadora de arte, Gabriela Motta
De 16 de maio a 25 de junho  e De 26 de outubro a 19 de novembro de 2006 – Galeria Lunara / ocupação site-specific feita pelos artistas convidados citados acima.

 Jogo de Dados – Rafael Assef
09/08 a 10/09/2006
parte do projeto Fotografia sem Limites e intercâmbio com Galeria Vermelho


Polaroides Invisíveis – de Tom Lisboa
14/09 a 15/10/2006

Diálogos com o Aparelho – de Jorge Soledar
23/11 a 07/12 

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Mari Molinos
30/03 a 07/05/2006


A fotógrafa gaúcha, radicada em São Paulo, desenvolve seu trabalho sob o robusto guarda-chuva da indústria de moda brasileira.
Essencialmente vinculado a tal universo, seu registro fotográfico produz imagens cuja força está centrada no primeiro plano de modelos solitários, na ausência de cenários e informações ambientais assessórias - daí a preocupação formal que Molinos tem com a iluminação e o enquadramento de suas fashion victims, heróis e heroínas providos de beleza e juventude. 
De uma linhagem de talentosos fotógrafos e beauty-artists – o avô e o pai, ambos Pedro Flores, o irmão Pedro Molinos e o tio Duda Molinos –, a jovem fotógrafa vem ganhando as páginas de importantes publicações de comportamento e moda, como as revistas Vogue e Simples, onde trabalhou em colaboração com nomes de destaque do styling nacional: Cézar Fassina, Dudu Bertholini, Daniel Ueda.  
Algumas das fotos que vêm a Porto Alegre são parte do editorial de moda Garotos Incríveis, que resultou em uma exposição da fotógrafa no Hotel Lycra, inovador espaço polivalente da capital paulista que abrigava arte, moda, música e gastronomia.
O conjunto de imagens expostas na Galeria Lunara apresenta uma face reveladora da atualidade tanto na moda quanto na fotografia. Ao retratar garotos e garotas em uniformes cosmopolitas, Mariana Molinos articula os códigos fundamentais da cultura jovem contemporânea: moda, atitude e urbanidade.  

Conjunto (1)    e    Conjunto (2)

Grupo formado pelos artistas Vilma Sonaglio, Adriane Vasquez, Luiz Roque, Katia Prates e Gustavo Jahn e pela pesquisadora de arte, Gabriela Motta
De 16 de maio a 25 de junho  e De 26 de outubro a 19 de novembro de 2006 – Galeria Lunara / ocupação site-specific feita pelos artistas convidados.

Essa iniciativa, da Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia da Prefeitura de Porto Alegre, ocorreu no final de 2005, quando o grupo foi convidado a ocupar o espaço da Galeria Lunara em dois períodos distintos de 2006, apresentando os resultados de uma discussão periódica.
 
As reuniões foram pautadas, principalmente, pelos desafios do espaço em questão e pela necessidade de experimentar uma convivência entre poéticas distintas. Foi pensando nesses dois pontos que surgiram as primeiras indicações conceituais que o grupo trabalhou. Ao buscar responder as demandas do espaço expositivo e ao associar-se para a criação de uma exposição entrosada, vieram à tona diversas questões caras à arte contemporânea, como o sempre renovado diálogo entre arte e lugar, e a premência de ações alternativas para a realização de projetos em artes visuais.
Essas problemáticas, naturalmente, sugeriram uma relação com a exposição É HOJE, em cartaz no Santander Cultural, também preocupada em evidenciar aspectos da arte contemporânea e em diminuir a distância entre o público e tais manifestações culturais. O diálogo entre ambas iniciativas ultrapassou o terreno das relações estéticas e resultou em um apoio efetivo do Santander Cultural, que enxergou na exposição CONJUNTO (1) um possível desdobramento da exposição É HOJE, especialmente a partir de um dos conceitos pensados por seus curadores (Fernando Cocchiarale e Franz Manata): coabitar.


Conjunto (1)

Como todos os artistas envolvidos na exposição CONJUNTO (1) investigam problemáticas da imagem foto sensível - enquanto narrativa ou campo plástico -, os primeiros resultados de tal associação cruzam as noções de vertigem das imagens indefinidas ou distanciadas, com a própria vertigem física da galeria Lunara. Vídeo, fotografia, luz enquanto matéria, são os suportes explorados por esses artistas que compõem, juntos, um diálogo intenso entre as manifestações plásticas e o espaço da galeria.






Conjunto II

Se o primeiro resultado desses encontros desencadeou uma série de obras, em fotografia e vídeo, que evidenciavam os aspectos claustrofóbicos, adensadores e sombrios da Galeria Lunara, esta segunda ocupação busca apontar para novas possibilidades de enfrentamento deste espaço de características tão específicas - trata-se, afinal, de uma antiga tremonha da Usina do Gasômetro. O tom sombrio da CONJUNTO (1), apresentada em maio deste ano, abre espaço agora à entrada de luz.
Além da exposição  o grupo também lançou no dia 18 de novembro, um catálogo contendo a documentação das duas ocupações da Galeria Lunara, bem como textos refletindo sobre esta experiência inédita em Porto Alegre de ocupação continuada de um mesmo espaço e por um mesmo grupo de artistas. 






Jogo de Dados – Rafael Assef
09/08 a 10/09/2006
parte do projeto Fotografia sem Limites e intercâmbio com Galeria Vermelho

A Série Jogos de Dados aborda a questão dos jogos de azar e suas relações com o cotidiano.  O trabalho foi  construído a partir de lances de dados através do seguinte processo: um dado é jogado. Capto a imagem e, no computador, faço-a girar uma primeira vez  45º, uma segunda vez 180º, e uma terceira vez 270º. Com a imagem original tenho 4 imagens distintas do jogo  nº 1, por exemplo. Com isso, tenho em mãos duas jogadas com o nº 1. O mesmo processo é repetido com os outros números, obtendo no final 12 jogadas, ou duas duplas com o mesmo número na face. Pensei neste aspecto porque quando estamos brincando com os dados e tiramos números duplos achamos que isso é uma grande sorte. Como este trabalho fala de sorte e azar através dos números, pensei em fazê-los usando tatuagens. Nelas, os números e a própria representação dos dados possuem uma série de significados. Um deles é que sempre deve-se tatuar um número impar de tatuagens. Os números em si possuem significados também. O treze representa sorte, e é muito tatuado. O número oito significa eternidade. O número sete significa sorte, e por vai. Pensando nestes aspectos criei a 13ª jogada composta do número sete tirado nos dados. O que seria uma dupla sorte. Durante a realização do trabalho percebi que casais começaram a se interessar, e propus que eles tatuassem a mesma jogada, tatuando na pele o mesmo desenho. Portanto, a série “Jogo de dados” conta com imagens individuais e dípticos.


  

Polaroides Invisíveis – de Tom Lisboa
14/09 a 15/10/2006


Durante uma semana, no último mês de agosto, o artista visual curitibano Tom Lisboa esteve em Porto Alegre realizando sua premiada intervenção urbana chamada polaroides (in)visíveis, ganhadora do Prêmio Porto Seguro de Fotografia, em 2005.


Ao todo, Tom Lisboa criou e espalhou pela capital gaúcha cerca de 40 polaroides desta série “fotográfica” que é feita em papel sulfite amarelo, sem câmera e sem imagem. Explica-se: no lugar da imagem, Lisboa descreve enquadramentos quase ocultos do espaço urbano que serão revelados apenas pelo espectador que seguir as orientações dos textos contidos em cada obra.

Agora em setembro, quase um mês depois que a intervenção ocupou as ruas, com certeza não resta mais nenhum exemplar das polaroides (in)visíveis exposto, até porque são todas adesivadas com fita crepe para não danificar o mobiliário urbano. No entanto, consciente do quão efêmeras são suas obras, durante sua ação em Porto Alegre, Lisboa registrou cada local utilizado, voltou para Curitiba, disponibilizou todo seu percurso na internet e retorna à cidade para um evento duplo, lançar o site das “polaroides (in)visíveis em Porto Alegre” e reunir todas as polaroides criadas na Galeria Lunara, da Usina do Gasômetro. De acordo com o artista: “O espaço virtual, depois do espaço urbano, é o segundo espaço que eu ocupo e o que permite dar continuidade à intervenção no próprio espaço urbano. Com as polaroides e seu local de colocação na internet, qualquer pessoa pode imprimir as polaroides em casa, fazer a intervenção no meu lugar e ver as imagens propostas pelas obras. É o espectador assumindo também o papel de interventor.”





Diálogos com o Aparelho – de Jorge Soledar
23/11 a 07/12 


Em Diálogos com o Aparelho, o artista levanta a questão da isenção/ingenuidade do uso que fazemos dos aparelhos à obtenção de imagens codificadas. A indústria dos displays, chips, mini-labs, etc mediam a forma pela qual obtemos tais imagens, impondo escolhas técnicas e estéticas que legitimamos no ato fotográfico e no clique do computador. A quantidade incrível de imagens que são fabricadas pelos diversos aparelhos eletrônicos nos colocam à frente não somente desta mediação automatizada, mas sim frente da forma como a isentamos. Estes são os diálogos que 7 conjuntos de imagens apresentam a quem entrar na caixa preta/câmara escura da Galeria Lunara.


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